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domingo, 2 de setembro de 2012

Indústria da construção firma-se como segmento com o maior crescimento na Região Nordeste


Graças ao seu imenso litoral, que possui 3.300 quilômetros de praias tropicais, a Região Nordeste do Brasil ocupa um importante posto no cenário turístico mundial. De acordo com o Instituto Brasileiro de Turismo, as cidades de Salvador, Fortaleza, Recife e Natal encontram-se entre os municípios brasileiros que mais recebem turistas estrangeiros. Por esta razão e pelos investimentos gerados através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), os estados que compõem a Região (Bahia, Alagoas, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe) estão vivendo um período de intenso desenvolvimento, principalmente no que se refere à infraestrutura, o que proporcionou ao Nordeste uma reestruturação em seu mercado econômico.


Esta mudança repercutiu diretamente na indústria da construção que acabou despontando na Região, tornando-se a atividade que absorveu com maior força este novo cenário econômico. "O Nordeste vive uma fase de desenvolvimento fantástica. Motivado por este crescimento, tornou-se o paraíso da construção, principalmente na área de construção civil que se encontra em franca ascensão", destaca a auditora fiscal da SRTE/PE Joseline Leão.

Somente o Rio Grande do Norte apresentou um avanço de 13% na construção civil neste ano. Para Arnaldo Gaspar Júnior, presidente do Sinduscon/RN, este crescimento foi motivado pelo investimento público em obras de infraestrutura e pelo aumento de crédito imobiliário proporcionado pelo programa do governo Minha Casa, Minha Vida. "Nunca havíamos tido um investimento tão grande em obras públicas como o que ocorreu neste ano. Ao todo, foram investidos cerca de 1 bilhão de reais em construção de estradas, saneamento e abastecimento de água", detalha.

O crescimento do setor acabou provocando o interesse de investidores, incorporadoras, bancos privados, companhias seguradoras e empresas estrangeiras, que viram, na Região, um novo potencial mercadológico. "A vinda do polo petroquímico e do estaleiro Atlântico Sul fez com que outras empresas se interessassem pelo Nordeste. Isso favoreceu não somente o mercado imobiliário, mas também a economia regional", avalia Maurício José Viana, diretor da Fundacentro/PE e integrante da CPN (Comissão Permanente Nacional da NR 18).

Qualificação

De cada três novos postos de trabalho gerados na construção civil, um se localiza no Nordeste. Ao todo, nos últimos 12 meses a Região concentrou 34% das vagas criadas pelo setor no País. No entanto, a mão de obra qualificada disponível não acompanha o ritmo de crescimento da construção, o que tem obrigado empresas a contratarem trabalhadores que nunca atuaram em um canteiro de obras. "Acredito que este é o maior problema decorrente deste intenso avanço imobiliário. Como não há qualificação suficiente, estão sendo empregados profissionais que não possuem treinamento para a atividade que é de grande risco a sua segurança", constata o médico do Trabalho e higienista ocupacional Danton Figueiredo.

Para ele, o problema não é a falta de mão de obra especializada, mas sim a ausência de investimento das empresas na formação profissional de seus novos funcionários. "A questão não é ser novo na área. Isso é positivo, pois estamos promovendo uma oxigenação no setor. A nossa verdadeira preocupação é com a forma como eles são adaptados ao serviço", reforça Figueiredo.

De acordo com Maurício Viana, algumas empresas estão investindo na qualificação profissional de seus empregados. "Tanto a refinaria da Petrobras quanto o estaleiro Atlântico Sul instituíram uma escola de formação de trabalhadores, em parceria com o Senai, para capacitar operadores de máquinas pesadas, soldadores, entre outras ocupações", elucida o diretor da Fundacentro.

Para evitar que a taxa de acidentalidade acompanhasse esse boom da indústria da construção no Nordeste, o MTE intensificou suas ações no último ano, e os acidentes de trabalho na atividade não apresentaram um crescimento significativo. "Nosso trabalho de fiscalização esteve focado na construção, justamente por este ser o responsável por grandes índices de acidentes graves. Tivemos muitas interdições, notificações e embargos, o que talvez tenha ajudado a evitar que os registros de acidentes aumentassem na mesma proporção que o número de obras em execução", constata Joseline Leão.

Grande Porte

No entanto, o desenvolvimento da Região não se restringe somente ao mercado imobiliário, atingindo também, e com maior impacto, a construção de obras de grande porte. Este é o caso, por exemplo, das obras de transposição do Rio São Francisco (foto), da construção da linha férrea Transnordestinas e do Gasoduto da Integração Sudeste-Nordeste. "Apesar de estar embasada pela NR 18, esta parte da construção não é atendida em sua totalidade pela norma. Precisamos de uma NR  que contemple estas diferenças. Caso contrário, poderemos ter um crescimento no número de acidentes graves", afirma Maurício Viana.

De acordo com ele, a Fundacentro está estudando o andamento das obras de revitalização do Rio São Francisco para iniciar uma proposta de normatização para o trabalho na construção pesada. "No próximo ano, serão iniciadas uma nova leva de obras de grande porte na Região e precisamos garantir condições de segurança a todos estes profissionais", ressalta Danton Figueiredo. Entre as principais obras a serem executadas no Nordeste encontra-se a construção dos estádios que irão receber os jogos da Copa do Mundo de 2014.

Além disso, a Região receberá nove novos estaleiros, o que colocará o setor naval nordestino definitivamente no mapa portuário mundial. Segundo o auditor fiscal da SRTE/RJ Luis Carlos Lumbreras, a instalação destes projetos no Nordeste deve-se à instalação do estaleiro Atlântico Sul e da recente exploração do pré-sal. "O Nordeste está despontando como um novo polo da construção naval e a segurança destes trabalhadores será garantida pela recente NR 34 (Condições e Meio Ambiente na Indústria da Construção e Reparação Naval). "Quando a norma entrar em vigor, iremos focar o trabalho de divulgação e capacitação na Região Nordeste", afirma Lumbreras.

Além dos acidentes típicos, o alto índice de doenças ocupacionais também tem sido foco de preocupação em todas as regiões. A Unidade de Insumos Básicos da Braskem, em Camaçari/BA ganhou o melhor case da Região Nordeste e em Qualidade de Vida no Trabalho com um projeto que tem como maior objetivo reduzir taxas de sedentarismo e obesidade, maiores responsáveis pelo aparecimento de infartos, derrames e cânceres. Transformando Vidas é a reportagem que a partir da página 50 conta sobre o programa desenvolvido naquela unidade.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

126 anos de LUTA!

É importante sabermos o que enfim estamos comemorando no dia 1º de maio, pois trata-se de uma data celebrada mundialmente, onde pessoas se reúnem em torno de uma mesa e celebram o quê nem se sabe ao certo, ou famílias que aproveitam o feriado e viajam e de diversas maneiras encontramos as pessoas buscando como utilizar e aproveitar o tempo de folga. O que não imaginamos é o cenário, os protagonistas e principalmente o enrendo desta história que nos trouxe uma bagagem trabalhista que nos serve até os dias atuais.
Há 126 anos, mais precisamente em 1886 em Chicago, aquecida também pela Revolução Industrial, milhares de trabalhadores foram às ruas em protesto sobre condições de trabalho da época a que eram sujeitos, e como principal objetivo a redução da jornada de trabalho de 13 horas para 08 horas diárias. Avaliando dessa forma torna-se claro partimos do ponto de que nessa época já estava estabelecido os primórdios do modo de produção capitalista sendo essas práticas selvagens e agressivas as mais comuns para a mão de obra disponível e não qualificada .
Não apenas se buscava a extração da mais-valia, através dos salários diminutos, mas até mesmo a saúde física e mental dos trabalhadores estava comprometida devido a  jornadas que se estendiam por mais de 17 horas diárias, fato que se percebermos hoje seria absurdo, mas prática comum nas indústrias da Europa e dos Estados Unidos no final do século XVIII e durante o século XIX. Férias, descanso semanal e aposentadoria então, nem existiam. E como mecanismo de proteção, os trabalhadores a partir daí passaram a criar organizações com idéias de melhorias para o ambiente de trabalho e condições mínimas que deveriam ser oferecidas evitando assim a insatisfação dos colaboradores. O auge destas inconformações juntamente com as idéias lançadas nas organizações deu inicio as Reivindicações que levaram às ruas milhares de trabalhadores em busca de melhores condições de trabalho, manifestações diversas agitaram a cidade, a greve e  o movimento trabalhista que era para ser tranquilo acabou se transformando em uma passeata sangrenta e marcada pela violência de autoridades que mancharam por diversas vezes a nossa História. A mídia sempre com seu papel significativo nomeava os lideres e participantes das Reivindicações de 'preguiçosos' e 'canalhas que buscavam a desordem', incitando dessa forma o pensamento e posição de muitos telespectadores.  As greves junto com as manifestações tiveram prosseguimento até o dia 03 de maio de 1886, quando foram intensificadas as ações policiais, começando assim por um grupo de trabalhadores que foram atacados por policiais, sendo que 06 morreram, 50 ficaram feridos e mais centenas de presos. Isso fez com que os líderes das Reivindicações desse prosseguimento a greve convocando um grupo de trabalhadores para concentração no dia 04 de maio.  No final da manifestação um grupo de 180 policiais atacou os manifestantes dando origem a uma série de violência como espancamento e pisoteamento. Uma bomba foi estourada no meio dos guardas acarretando em 60 feridos e vários que morreram. Com ordem foram enviados reforços que começaram a atirar em todas as direções, ceifando a vida de centenas de pessoas, de diversas idades inclusive  inocentes.  a repressão foi só aumentando até que foi decretado "Estado de Sítio" ( VEJA NA PUBLICAÇÃO POSTERIOR O QUE É ESTADO DE SITIO) e até proibição da população de sair ás ruas. Milhares de colaboradores presos e sedes de sindicatos foram incendiadas, vários criminosos pagos pelos patrões invadiram as casas de trabalhadores espancando seus familiares e destruindo seus pertences.
A JUSTIÇA BURGUESA ( se assim podemos chamar ) levou a julgamento os líderes do movimento no dia 21 de junho, onde todos foram condenados a morte na forca, cessando dessa forma o movimento dos trabalhadores e calando a voz da população que só estava em busca de melhores condições, ou melhor, de condições HUMANAS de trabalho.

Em 20 de junho de 1889, em Paris, a central sindical chamada Segunda Internacional
instituiu o mesmo dia das manifestações como data máxima dos trabalhadores 
organizados,  para, assim, lutar pelas 8 horas de trabalho diário. Em 23 de abril de 1919, 
senado francês ratificou a jornada de trabalho de 8 horas e proclamou o dia 1° de maio 
como feriado nacional.

Como vemos as reivindicações iniciadas em 1º de maio de 1886 não se tratou apenas

de um fato isolado na luta sangrenta dos trabalhadores, mas sim um conjunto de ações 

que tiveram início antes mesmo na Revolução Industrial e que vemos presente até os 

dias atuais, muitos foram os que tombaram na luta por um mundo melhor e que tiveram 
seus nomes gravados na  história e até hoje. Os dias atuais são tão difíceis quanto 
aos séculos passados apesar do abismo de distância, pois a Revolução Tecnológica 
que vivemos, onde jornadas mais longas e salários mais baixos são as ofertas que 
temos e nos deparamos ainda com uma maior quantidade de mão de obra tida como 
descartável e a produção capitalista ainda faz apelos ao trabalho infantil, a exploração 
e descarte da mão de obra quando não mais útil. Enfim, a luta de hoje, como a luta 
de sempre, por parte dos trabalhadores reside e tem como maior objetivo em 
manter os direitos constitucionais adquiridos e em busca de mais avanços em direção 
a Dignidade Humana. 
E para finalizar como reflexão de nossa consciência eu deixo abaixo a última defesa de um 
dos lideres do movimento de 1º de maio, August Spies, que foi condenado a morte na 
forca. 













"Se com o nosso enforcamento vocês pensam em destruir o movimento 
operário -este movimento de milhões de seres humilhados, que sofrem na
pobreza e na miséria, esperam a redenção – se esta é sua opinião, 
enforquem-nos.  Aqui terão apagado uma faísca, mas lá e acolá, atrás e 
na frente de vocês,  em todas as partes, as chamas crescerão.  
É um fogo subterrâneo e vocês não poderão apagá-lo!"