domingo, 6 de maio de 2012

Cuiabá realiza ato público sobre segurança no trabalho em obra da Copa do Mundo


Na próxima segunda-feira (7), o canteiro de obras do novo estádio de futebol de Cuiabá (MT), o Arena Pantanal, sede de quatro jogos da Copa do Mundo 2014, será palco do terceiro ato público pelo Trabalho Seguro. O evento faz parte do Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Programa Trabalho Seguro).
Lançado em 2011 pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), o programa tem por objetivo diminuir o número de vítimas de acidentes de trabalho. Somente no ano passado, o Brasil registrou 2.796 mortes e mais de 700 mil pessoas se acidentaram ou adoeceram no trabalho, segundo dados do Ministério da Previdência Social.
O ato em Cuiabá reunirá cerca de mil trabalhadores. O novo estádio terá capacidade para 42,5 mil pessoas, e o término das obras, realizadas pelo Consórcio Santa Bárbara/Mendes Júnior, está previsto para dezembro deste ano. O evento está sendo organizado pelo TST e pelo Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região (MT), em parceria com as Secretarias Estaduais da Copa do Mundo (Secopa) e de Trabalho e Assistência Social (Setas), Ministério Público do Trabalho, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Federação das Indústrias (Fiemt), Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil da Baixada Cuiabana e Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho em Mato Grosso (Amatra 23).
Dois atos públicos já foram realizados em obras da Copa do Mundo: em 2 de março, no Maracanã, no Rio de Janeiro, e no dia 28, no Estádio Arena das Dunas, em Natal (RN). Mais de 3,6 mil operários estiveram presentes aos dois encontros. Eles receberam kit com cartilha educativa e camiseta, assistiram vídeo sobre prevenção de acidentes de trabalho e participaram de sorteios. Nos dois eventos o presidente do TST, ministro João Oreste Dalazen, alertou para a necessidade da utilização de equipamentos de segurança. "Quase todos os acidentes do trabalho são evitáveis", afirmou em Natal. Os campeões mundiais Bebeto e Ronaldo Fenômeno participaram dos eventos.
Programa nacional
Com o Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, o TST e o CSJT pretendem promover uma maior articulação entre instituições públicas, sociedade civil, sindicatos e Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipas). O objetivo é garantir a criação e execução de ações nacionais de prevenção de acidentes de trabalho. São parceiros a Advocacia-Geral da União, os ministérios da Saúde, Previdência Social, Trabalho e Emprego e diversas outras instituições oficiais, associativas ou privadas.
O segmento da construção civil foi eleito como prioritário para a segunda etapa do Programa por ser o primeiro no ranking de mortes. A etapa tem ainda ações de educação, com foco na prevenção de acidentes, direcionadas aos trabalhadores.
Com o crescimento do setor de habitação e as grandes obras que estão sendo realizadas para a Copa do Mundo 2014, as Olimpíadas 2016 e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o país passa por significativa expansão da construção civil, que, em 2011, superou o PIB (8,5% contra 4,3%). Em contrapartida, o setor teve o maior percentual de acidentes de trabalho. A taxa atual de acidentados é de 17,8% por 100 mil habitantes, sendo que a taxa geral é de 6,1%.
Cerca de 20% dos processos julgados anualmente pelo TST têm pedidos de indenizações decorrentes de doenças ocupacionais ou acidentes de trabalho. O ministro Dalazen já pediu aos magistrados da Justiça do Trabalho que estabeleçam prioridade no julgamento dos processos que tramitam nos estados. Para ele, a redução no número de acidentes depende do engajamento de toda a sociedade, principalmente dos trabalhadores.
Também no âmbito interno, a Justiça do Trabalho tem buscado a segurança dos trabalhadores. Recentemente, o CSJT publicou resolução estabelecendo que todos os empregados de empresas que prestam serviços terceirizados para os Tribunais Regionais do Trabalho deverão participar de curso de capacitação em saúde e segurança do trabalho, com ênfase em prevenção de acidente. A obrigação deverá ser inserida nos editais de licitação e nos contratos administrativos para realização de obras ou serviços. O treinamento deve ser realizado durante a jornada de trabalho, com carga horária mínima de duas horas mensais.
Fonte:  www.tst.jus.br

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Estado de Sítio


O Estado de Sítio é um instrumento que o Chefe de Estado pode utilizar em casos extremos: agressão efetiva por forças estrangeiras, grave ameaça à ordem constitucional democrática ou calamidade pública. 

Esse instrumento tem por característica a suspensão temporária dos direito e garantias constitucionais de cada cidadão e a submissão dos Poderes Legislativo e Judiciário ao poder Executivo, assim, a fim de defender a ordem pública, o Poder Executivo assume todo o poder que é normalmente distribuído em um regime democrático. 

O Estado de Sítio é uma medida provisória, não pode ultrapassar o período de 30 dias, no entanto, em casos de guerras, a medida pode ser prorrogada por todo o tempo que durar a guerra ou a comoção externa. Para decretar o Estado de Sítio, o chefe de Estado, após o respaldo do Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicita uma autorização do Congresso Nacional para efetivar o decreto. 

Embora, nestas condições, o Governo tenha legalidade para tomar atitudes que podem ferir a liberdade dos cidadãos, como a obrigação de residência em localidade determinada, a busca e apreensão em domicílio, a suspensão de liberdade de reunião e associação e a censura de correspondência, etc., em nenhum caso o Estado de Sítio pode interferir nos direitos à vida, à integridade pessoal, à identidade pessoal, à capacidade civil, à cidadania, etc. Por isso, se um cidadão tiver seus direitos suspensos, porém essa suspensão é inconstitucional, este cidadão tem direito à correspondente indenização.

Fonte: Brasil Escola

126 anos de LUTA!

É importante sabermos o que enfim estamos comemorando no dia 1º de maio, pois trata-se de uma data celebrada mundialmente, onde pessoas se reúnem em torno de uma mesa e celebram o quê nem se sabe ao certo, ou famílias que aproveitam o feriado e viajam e de diversas maneiras encontramos as pessoas buscando como utilizar e aproveitar o tempo de folga. O que não imaginamos é o cenário, os protagonistas e principalmente o enrendo desta história que nos trouxe uma bagagem trabalhista que nos serve até os dias atuais.
Há 126 anos, mais precisamente em 1886 em Chicago, aquecida também pela Revolução Industrial, milhares de trabalhadores foram às ruas em protesto sobre condições de trabalho da época a que eram sujeitos, e como principal objetivo a redução da jornada de trabalho de 13 horas para 08 horas diárias. Avaliando dessa forma torna-se claro partimos do ponto de que nessa época já estava estabelecido os primórdios do modo de produção capitalista sendo essas práticas selvagens e agressivas as mais comuns para a mão de obra disponível e não qualificada .
Não apenas se buscava a extração da mais-valia, através dos salários diminutos, mas até mesmo a saúde física e mental dos trabalhadores estava comprometida devido a  jornadas que se estendiam por mais de 17 horas diárias, fato que se percebermos hoje seria absurdo, mas prática comum nas indústrias da Europa e dos Estados Unidos no final do século XVIII e durante o século XIX. Férias, descanso semanal e aposentadoria então, nem existiam. E como mecanismo de proteção, os trabalhadores a partir daí passaram a criar organizações com idéias de melhorias para o ambiente de trabalho e condições mínimas que deveriam ser oferecidas evitando assim a insatisfação dos colaboradores. O auge destas inconformações juntamente com as idéias lançadas nas organizações deu inicio as Reivindicações que levaram às ruas milhares de trabalhadores em busca de melhores condições de trabalho, manifestações diversas agitaram a cidade, a greve e  o movimento trabalhista que era para ser tranquilo acabou se transformando em uma passeata sangrenta e marcada pela violência de autoridades que mancharam por diversas vezes a nossa História. A mídia sempre com seu papel significativo nomeava os lideres e participantes das Reivindicações de 'preguiçosos' e 'canalhas que buscavam a desordem', incitando dessa forma o pensamento e posição de muitos telespectadores.  As greves junto com as manifestações tiveram prosseguimento até o dia 03 de maio de 1886, quando foram intensificadas as ações policiais, começando assim por um grupo de trabalhadores que foram atacados por policiais, sendo que 06 morreram, 50 ficaram feridos e mais centenas de presos. Isso fez com que os líderes das Reivindicações desse prosseguimento a greve convocando um grupo de trabalhadores para concentração no dia 04 de maio.  No final da manifestação um grupo de 180 policiais atacou os manifestantes dando origem a uma série de violência como espancamento e pisoteamento. Uma bomba foi estourada no meio dos guardas acarretando em 60 feridos e vários que morreram. Com ordem foram enviados reforços que começaram a atirar em todas as direções, ceifando a vida de centenas de pessoas, de diversas idades inclusive  inocentes.  a repressão foi só aumentando até que foi decretado "Estado de Sítio" ( VEJA NA PUBLICAÇÃO POSTERIOR O QUE É ESTADO DE SITIO) e até proibição da população de sair ás ruas. Milhares de colaboradores presos e sedes de sindicatos foram incendiadas, vários criminosos pagos pelos patrões invadiram as casas de trabalhadores espancando seus familiares e destruindo seus pertences.
A JUSTIÇA BURGUESA ( se assim podemos chamar ) levou a julgamento os líderes do movimento no dia 21 de junho, onde todos foram condenados a morte na forca, cessando dessa forma o movimento dos trabalhadores e calando a voz da população que só estava em busca de melhores condições, ou melhor, de condições HUMANAS de trabalho.

Em 20 de junho de 1889, em Paris, a central sindical chamada Segunda Internacional
instituiu o mesmo dia das manifestações como data máxima dos trabalhadores 
organizados,  para, assim, lutar pelas 8 horas de trabalho diário. Em 23 de abril de 1919, 
senado francês ratificou a jornada de trabalho de 8 horas e proclamou o dia 1° de maio 
como feriado nacional.

Como vemos as reivindicações iniciadas em 1º de maio de 1886 não se tratou apenas

de um fato isolado na luta sangrenta dos trabalhadores, mas sim um conjunto de ações 

que tiveram início antes mesmo na Revolução Industrial e que vemos presente até os 

dias atuais, muitos foram os que tombaram na luta por um mundo melhor e que tiveram 
seus nomes gravados na  história e até hoje. Os dias atuais são tão difíceis quanto 
aos séculos passados apesar do abismo de distância, pois a Revolução Tecnológica 
que vivemos, onde jornadas mais longas e salários mais baixos são as ofertas que 
temos e nos deparamos ainda com uma maior quantidade de mão de obra tida como 
descartável e a produção capitalista ainda faz apelos ao trabalho infantil, a exploração 
e descarte da mão de obra quando não mais útil. Enfim, a luta de hoje, como a luta 
de sempre, por parte dos trabalhadores reside e tem como maior objetivo em 
manter os direitos constitucionais adquiridos e em busca de mais avanços em direção 
a Dignidade Humana. 
E para finalizar como reflexão de nossa consciência eu deixo abaixo a última defesa de um 
dos lideres do movimento de 1º de maio, August Spies, que foi condenado a morte na 
forca. 













"Se com o nosso enforcamento vocês pensam em destruir o movimento 
operário -este movimento de milhões de seres humilhados, que sofrem na
pobreza e na miséria, esperam a redenção – se esta é sua opinião, 
enforquem-nos.  Aqui terão apagado uma faísca, mas lá e acolá, atrás e 
na frente de vocês,  em todas as partes, as chamas crescerão.  
É um fogo subterrâneo e vocês não poderão apagá-lo!"