É importante sabermos o que enfim estamos comemorando no dia 1º de maio, pois trata-se de uma data celebrada mundialmente, onde pessoas se reúnem em torno de uma mesa e celebram o quê nem se sabe ao certo, ou famílias que aproveitam o feriado e viajam e de diversas maneiras encontramos as pessoas buscando como utilizar e aproveitar o tempo de folga. O que não imaginamos é o cenário, os protagonistas e principalmente o enrendo desta história que nos trouxe uma bagagem trabalhista que nos serve até os dias atuais.
Há 126 anos, mais precisamente em 1886 em Chicago, aquecida também pela Revolução Industrial, milhares de trabalhadores foram às ruas em protesto sobre condições de trabalho da época a que eram sujeitos, e como principal objetivo a redução da jornada de trabalho de 13 horas para 08 horas diárias. Avaliando dessa forma torna-se claro partimos do ponto de que nessa época já estava estabelecido os primórdios do modo de produção capitalista sendo essas práticas selvagens e agressivas as mais comuns para a mão de obra disponível e não qualificada .
Não apenas se buscava a extração
da mais-valia, através dos salários diminutos, mas até mesmo a saúde
física e mental dos trabalhadores estava comprometida devido a jornadas
que se estendiam por mais de 17 horas diárias, fato que se percebermos hoje seria
absurdo, mas prática comum nas indústrias da Europa e dos Estados Unidos
no final do século XVIII e durante o século XIX. Férias, descanso semanal e aposentadoria então, nem existiam. E
como mecanismo de proteção, os trabalhadores a partir daí passaram a criar organizações com
idéias de melhorias para o ambiente de trabalho e condições mínimas que deveriam ser
oferecidas evitando assim a insatisfação dos colaboradores. O auge destas inconformações
juntamente com as idéias lançadas nas organizações deu inicio as Reivindicações que levaram às
ruas milhares de trabalhadores em busca de melhores condições de trabalho, manifestações
diversas agitaram a cidade, a greve e o movimento trabalhista que era para ser tranquilo
acabou se transformando em uma passeata sangrenta e marcada pela violência de autoridades que mancharam
por diversas vezes a nossa História. A mídia sempre com seu papel significativo
nomeava os lideres e participantes das Reivindicações de 'preguiçosos' e 'canalhas que buscavam a
desordem', incitando dessa forma o pensamento e posição de muitos
telespectadores. As greves junto com as manifestações tiveram
prosseguimento até o dia 03 de maio de 1886, quando foram intensificadas as
ações policiais, começando assim por um grupo de trabalhadores que foram atacados por
policiais, sendo que 06 morreram, 50 ficaram feridos e mais centenas de presos. Isso fez com
que os líderes das Reivindicações desse prosseguimento a greve convocando um
grupo de trabalhadores para concentração no dia 04 de maio. No final da
manifestação um grupo de 180 policiais atacou os manifestantes dando origem a
uma série de violência como espancamento e pisoteamento. Uma bomba foi
estourada no meio dos guardas acarretando em 60 feridos e vários que morreram.
Com ordem foram enviados reforços que começaram a atirar em todas as direções,
ceifando a vida de centenas de pessoas, de diversas idades inclusive
inocentes. a repressão foi só aumentando até que foi decretado
"Estado de Sítio" ( VEJA NA PUBLICAÇÃO POSTERIOR O QUE É ESTADO DE
SITIO) e até proibição da população de sair ás ruas. Milhares de colaboradores
presos e sedes de sindicatos foram incendiadas, vários criminosos pagos pelos
patrões invadiram as casas de trabalhadores espancando seus familiares e
destruindo seus pertences.
A JUSTIÇA BURGUESA ( se assim podemos chamar ) levou a julgamento os líderes do movimento no dia 21 de junho, onde todos foram condenados a morte na forca, cessando dessa forma o movimento dos trabalhadores e calando a voz da população que só estava em busca de melhores condições, ou melhor, de condições HUMANAS de trabalho.
A JUSTIÇA BURGUESA ( se assim podemos chamar ) levou a julgamento os líderes do movimento no dia 21 de junho, onde todos foram condenados a morte na forca, cessando dessa forma o movimento dos trabalhadores e calando a voz da população que só estava em busca de melhores condições, ou melhor, de condições HUMANAS de trabalho.
Em 20 de junho de 1889, em Paris, a central sindical
chamada Segunda Internacional
instituiu o mesmo dia das manifestações como data
máxima dos trabalhadores
organizados, para, assim, lutar pelas 8 horas de
trabalho diário. Em 23 de abril de 1919,
o senado francês ratificou a jornada
de trabalho de 8 horas e proclamou o dia 1° de maio
como feriado nacional.
Como
vemos as reivindicações iniciadas em 1º de maio de 1886 não se tratou apenas
de
um fato isolado na luta sangrenta dos trabalhadores, mas sim um conjunto de
ações
que tiveram início antes mesmo na Revolução Industrial e que vemos
presente até os
dias atuais, muitos foram os que tombaram na luta por um mundo
melhor e que tiveram
seus nomes gravados na história e até hoje. Os dias atuais
são tão difíceis quanto
aos séculos passados apesar do abismo de distância,
pois a Revolução Tecnológica
que vivemos, onde jornadas mais longas e salários
mais baixos são as ofertas que
temos e nos deparamos ainda com uma maior
quantidade de mão de obra tida como
descartável e a produção capitalista ainda
faz apelos ao trabalho infantil, a exploração
e descarte da mão de obra quando
não mais útil. Enfim, a luta de hoje, como a luta
de sempre, por parte dos trabalhadores
reside e tem como maior objetivo em
manter os
direitos constitucionais adquiridos e em busca de mais avanços em
direção
a Dignidade Humana.
E para finalizar como reflexão de nossa consciência eu deixo abaixo a última defesa de um
dos lideres do movimento de 1º de maio, August Spies, que foi
condenado a morte na
forca.
|
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário