Graças ao seu imenso litoral, que possui 3.300 quilômetros de praias
tropicais, a Região Nordeste do Brasil ocupa um importante posto no cenário
turístico mundial. De acordo com o Instituto Brasileiro de Turismo, as cidades
de Salvador, Fortaleza, Recife e Natal encontram-se entre os municípios
brasileiros que mais recebem turistas estrangeiros. Por esta razão e pelos
investimentos gerados através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento),
os estados que compõem a Região (Bahia, Alagoas, Ceará, Maranhão, Pernambuco,
Piauí, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe) estão vivendo um período de
intenso desenvolvimento, principalmente no que se refere à infraestrutura, o
que proporcionou ao Nordeste uma reestruturação em seu mercado econômico.
Esta mudança repercutiu diretamente na indústria da construção que
acabou despontando na Região, tornando-se a atividade que absorveu com maior
força este novo cenário econômico. "O Nordeste vive uma fase de
desenvolvimento fantástica. Motivado por este crescimento, tornou-se o paraíso
da construção, principalmente na área de construção civil que se encontra em
franca ascensão", destaca a auditora fiscal da SRTE/PE Joseline Leão.
Somente o Rio Grande do Norte apresentou um avanço de 13% na construção
civil neste ano. Para Arnaldo Gaspar Júnior, presidente do Sinduscon/RN, este
crescimento foi motivado pelo investimento público em obras de infraestrutura e
pelo aumento de crédito imobiliário proporcionado pelo programa do governo
Minha Casa, Minha Vida. "Nunca havíamos tido um investimento tão grande em
obras públicas como o que ocorreu neste ano. Ao todo, foram investidos cerca de
1 bilhão de reais em construção de estradas, saneamento e abastecimento de
água", detalha.
O crescimento do setor acabou provocando o interesse de investidores,
incorporadoras, bancos privados, companhias seguradoras e empresas
estrangeiras, que viram, na Região, um novo potencial mercadológico. "A
vinda do polo petroquímico e do estaleiro Atlântico Sul fez com que outras
empresas se interessassem pelo Nordeste. Isso favoreceu não somente o mercado
imobiliário, mas também a economia regional", avalia Maurício José Viana,
diretor da Fundacentro/PE e integrante da CPN (Comissão Permanente Nacional da
NR 18).
Qualificação
De cada três novos postos de trabalho gerados na construção civil, um se localiza no Nordeste. Ao todo, nos últimos 12 meses a Região concentrou 34% das vagas criadas pelo setor no País. No entanto, a mão de obra qualificada disponível não acompanha o ritmo de crescimento da construção, o que tem obrigado empresas a contratarem trabalhadores que nunca atuaram em um canteiro de obras. "Acredito que este é o maior problema decorrente deste intenso avanço imobiliário. Como não há qualificação suficiente, estão sendo empregados profissionais que não possuem treinamento para a atividade que é de grande risco a sua segurança", constata o médico do Trabalho e higienista ocupacional Danton Figueiredo.
Para ele, o problema não é a falta de mão de obra especializada, mas sim a ausência de investimento das empresas na formação profissional de seus novos funcionários. "A questão não é ser novo na área. Isso é positivo, pois estamos promovendo uma oxigenação no setor. A nossa verdadeira preocupação é com a forma como eles são adaptados ao serviço", reforça Figueiredo.
De acordo com Maurício Viana, algumas empresas estão investindo na qualificação profissional de seus empregados. "Tanto a refinaria da Petrobras quanto o estaleiro Atlântico Sul instituíram uma escola de formação de trabalhadores, em parceria com o Senai, para capacitar operadores de máquinas pesadas, soldadores, entre outras ocupações", elucida o diretor da Fundacentro.
Para evitar que a taxa de acidentalidade acompanhasse esse boom da indústria da construção no Nordeste, o MTE intensificou suas ações no último ano, e os acidentes de trabalho na atividade não apresentaram um crescimento significativo. "Nosso trabalho de fiscalização esteve focado na construção, justamente por este ser o responsável por grandes índices de acidentes graves. Tivemos muitas interdições, notificações e embargos, o que talvez tenha ajudado a evitar que os registros de acidentes aumentassem na mesma proporção que o número de obras em execução", constata Joseline Leão.
De cada três novos postos de trabalho gerados na construção civil, um se localiza no Nordeste. Ao todo, nos últimos 12 meses a Região concentrou 34% das vagas criadas pelo setor no País. No entanto, a mão de obra qualificada disponível não acompanha o ritmo de crescimento da construção, o que tem obrigado empresas a contratarem trabalhadores que nunca atuaram em um canteiro de obras. "Acredito que este é o maior problema decorrente deste intenso avanço imobiliário. Como não há qualificação suficiente, estão sendo empregados profissionais que não possuem treinamento para a atividade que é de grande risco a sua segurança", constata o médico do Trabalho e higienista ocupacional Danton Figueiredo.
Para ele, o problema não é a falta de mão de obra especializada, mas sim a ausência de investimento das empresas na formação profissional de seus novos funcionários. "A questão não é ser novo na área. Isso é positivo, pois estamos promovendo uma oxigenação no setor. A nossa verdadeira preocupação é com a forma como eles são adaptados ao serviço", reforça Figueiredo.
De acordo com Maurício Viana, algumas empresas estão investindo na qualificação profissional de seus empregados. "Tanto a refinaria da Petrobras quanto o estaleiro Atlântico Sul instituíram uma escola de formação de trabalhadores, em parceria com o Senai, para capacitar operadores de máquinas pesadas, soldadores, entre outras ocupações", elucida o diretor da Fundacentro.
Para evitar que a taxa de acidentalidade acompanhasse esse boom da indústria da construção no Nordeste, o MTE intensificou suas ações no último ano, e os acidentes de trabalho na atividade não apresentaram um crescimento significativo. "Nosso trabalho de fiscalização esteve focado na construção, justamente por este ser o responsável por grandes índices de acidentes graves. Tivemos muitas interdições, notificações e embargos, o que talvez tenha ajudado a evitar que os registros de acidentes aumentassem na mesma proporção que o número de obras em execução", constata Joseline Leão.
Grande Porte
No entanto, o desenvolvimento da Região não se restringe somente ao mercado imobiliário, atingindo também, e com maior impacto, a construção de obras de grande porte. Este é o caso, por exemplo, das obras de transposição do Rio São Francisco (foto), da construção da linha férrea Transnordestinas e do Gasoduto da Integração Sudeste-Nordeste. "Apesar de estar embasada pela NR 18, esta parte da construção não é atendida em sua totalidade pela norma. Precisamos de uma NR que contemple estas diferenças. Caso contrário, poderemos ter um crescimento no número de acidentes graves", afirma Maurício Viana.
De acordo com ele, a Fundacentro está estudando o andamento das obras de revitalização do Rio São Francisco para iniciar uma proposta de normatização para o trabalho na construção pesada. "No próximo ano, serão iniciadas uma nova leva de obras de grande porte na Região e precisamos garantir condições de segurança a todos estes profissionais", ressalta Danton Figueiredo. Entre as principais obras a serem executadas no Nordeste encontra-se a construção dos estádios que irão receber os jogos da Copa do Mundo de 2014.
Além disso, a Região receberá nove novos estaleiros, o que colocará o setor naval nordestino definitivamente no mapa portuário mundial. Segundo o auditor fiscal da SRTE/RJ Luis Carlos Lumbreras, a instalação destes projetos no Nordeste deve-se à instalação do estaleiro Atlântico Sul e da recente exploração do pré-sal. "O Nordeste está despontando como um novo polo da construção naval e a segurança destes trabalhadores será garantida pela recente NR 34 (Condições e Meio Ambiente na Indústria da Construção e Reparação Naval). "Quando a norma entrar em vigor, iremos focar o trabalho de divulgação e capacitação na Região Nordeste", afirma Lumbreras.
Além dos acidentes típicos, o alto índice de doenças ocupacionais também tem sido foco de preocupação em todas as regiões. A Unidade de Insumos Básicos da Braskem, em Camaçari/BA ganhou o melhor case da Região Nordeste e em Qualidade de Vida no Trabalho com um projeto que tem como maior objetivo reduzir taxas de sedentarismo e obesidade, maiores responsáveis pelo aparecimento de infartos, derrames e cânceres. Transformando Vidas é a reportagem que a partir da página 50 conta sobre o programa desenvolvido naquela unidade.
No entanto, o desenvolvimento da Região não se restringe somente ao mercado imobiliário, atingindo também, e com maior impacto, a construção de obras de grande porte. Este é o caso, por exemplo, das obras de transposição do Rio São Francisco (foto), da construção da linha férrea Transnordestinas e do Gasoduto da Integração Sudeste-Nordeste. "Apesar de estar embasada pela NR 18, esta parte da construção não é atendida em sua totalidade pela norma. Precisamos de uma NR que contemple estas diferenças. Caso contrário, poderemos ter um crescimento no número de acidentes graves", afirma Maurício Viana.
De acordo com ele, a Fundacentro está estudando o andamento das obras de revitalização do Rio São Francisco para iniciar uma proposta de normatização para o trabalho na construção pesada. "No próximo ano, serão iniciadas uma nova leva de obras de grande porte na Região e precisamos garantir condições de segurança a todos estes profissionais", ressalta Danton Figueiredo. Entre as principais obras a serem executadas no Nordeste encontra-se a construção dos estádios que irão receber os jogos da Copa do Mundo de 2014.
Além disso, a Região receberá nove novos estaleiros, o que colocará o setor naval nordestino definitivamente no mapa portuário mundial. Segundo o auditor fiscal da SRTE/RJ Luis Carlos Lumbreras, a instalação destes projetos no Nordeste deve-se à instalação do estaleiro Atlântico Sul e da recente exploração do pré-sal. "O Nordeste está despontando como um novo polo da construção naval e a segurança destes trabalhadores será garantida pela recente NR 34 (Condições e Meio Ambiente na Indústria da Construção e Reparação Naval). "Quando a norma entrar em vigor, iremos focar o trabalho de divulgação e capacitação na Região Nordeste", afirma Lumbreras.
Além dos acidentes típicos, o alto índice de doenças ocupacionais também tem sido foco de preocupação em todas as regiões. A Unidade de Insumos Básicos da Braskem, em Camaçari/BA ganhou o melhor case da Região Nordeste e em Qualidade de Vida no Trabalho com um projeto que tem como maior objetivo reduzir taxas de sedentarismo e obesidade, maiores responsáveis pelo aparecimento de infartos, derrames e cânceres. Transformando Vidas é a reportagem que a partir da página 50 conta sobre o programa desenvolvido naquela unidade.
A Coordenação de Higiene do Trabalho da FUNDACENTRO publicou, em 1985, uma série de normas técnicas denominadas Normas de Higiene do Trabalho (NHT), hoje intituladas Normas de Higiene Ocupacional (NHO).
ResponderExcluirEm função do processo dinâmico na evolução das técnicas de identificação, avaliação e controle dos riscos ambientais, e considerando o desenvolvimento tecnológico, a revisão técnica destas normas é de fundamental importância.
Desta forma, apresentamos aos profissionais que atuam na área de Higiene Ocupacional a NHO 06 – Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor, revisada e atualizada, resultado da experiência e da vivência profissional de seus autores, complementadas pelos estudos e pelas consultas feitas em documentação técnica nacional e internacional, citadas na Bibliografia, ao final desta obra.
NHO 01 – Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído
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